quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Lembranças...

Foi triste o dia da separação, o dia em que meu barraco desabou (como diz uma música de humanos por aí)...

Eu havia acabado de nascer, não que eu me lembre muita coisa desses meus primeiros dias, mas acabo ouvindo e entendendo os outros contando minha história por aí...

Minha mãe era uma gata bonita, nos amamentava - eu tinha seis irmãozinhos, 3 machos e 3 fêmeas.

Minha vida era brincar, correr atrás de coisas pequenas, como moscas e outros insetos. Eu me divertia até com ciscos de madeira e papel queimados voando pelo ar.

Nem me pergunte sobre meu pai, porque ele era um gato arredio, arisco demais, morava nas ruas e minha mãe uma gata de casa, que entrara no cio e os que cuidavam dela não haviam percebido isso. Quando deram conta ela já estava grávida de nossa linda ninhada.

Costumo dizer que tenho todas as cores, principalmente por meus olhos castanhos e minha pelagem brilhosa, malhada de branco, preto e marrom. Mas quando vou para a areia, aí sim fico colorido. Meus irmãos eram diferentes, tinha dois pretos, um era malhado e os outros amarelados, rajados, como nosso pai.

Um dia, em casa, mamãe saiu para andar e nós ficávamos trancados em um quarto para não sofrermos perigo, depois desse dia não a vimos mais...

Foi triste para nos acostumar sem ela ao nosso lado, sem seu apoio, seu leite, sua língua nos lambendo carinhosamente.

Nos perguntávamos entre si sobre o que acontecera, mas ninguém tinha uma resposta, só nos lembramos daquele olhar meigo nos olhando através da porta, dizendo que já voltava, saindo e nunca mais voltou.

Depois, vimos aqueles que cuidavam de nós chorando, a mulher soluçava, parecia inconformada.

Eu sai do quartinho onde estávamos, segui o homem até um certo ponto, o vi com um saco preto nas mãos, o que teria lá dentro? Será que era minha mãe?

Depois os ouvi comentando sobre um carro, algo como atropelamento.

Talvez hoje com minha experiência eu possa entender, mas quer saber da verdade? Não quero entender, quero ter minha mãezinha junto de mim para sempre, seu olhar suave e seu miado doce...

As tristezas em nossa vida chegam e se vão, mas tem umas que marcam nossos corações para sempre e mesmo tendo essa marca, elas cicatrizam, mas sempre que mexemos ali, dói bastante.

O importante é termos outras marcas para sentir, marcas de alegria, essas encobrem qualquer sentimento triste.

Até outro dia.

EUREKA!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Vida de Gato! Apresentação

Existe vários tipos de gatos, e desses tipos se subdividem várias categorias.
Tem gente que tem gatos de raça purinha, de olhos azuis, castanhos, negros, Ragdoll, Brazilian short hair ou American short hair, Siamês, e tantas outras infinidades de raças e cruzamentos espalhados por aí...

Hoje é chique dizer que se tem um gato SRD (sem raça definida), mas eu assumo, sou um Gato Vira-latas, com orgulho, moro numa boa casa, gosto de boa comida, mas sou Vira-latas...

Meu nome, oras, meu nome você poderá esquecer, meu nome você poderá não se lembrar e vir a perguntar numa outra data, mas o que vai importar, para você não se esquecer de mim, são minhas histórias, são meus feitos, quantas baratas peguei, quantos pássaros segurei, quantos ratos persegui...

E você pensando que vida de gato é mole!




É super difícil ser bonito, engraçadinho e inteligente ao mesmo tempo, mesmo que nosso instinto nos obrigue a fazer coisas que não gostamos. mas para primeira instância, aqui estou eu agora, fazendo parte da sua vida, morando na sua casa. Através de um computador de qualquer parte do mundo você poderá ler minha aventuras através do quintal da MINHA casa, onde deixo morar os humanos que compram comida e colocam água para mim e ainda limpam meu cocô e trocam minha areia da caixa...

O resto é trabalho duro e pesado, onde sofro por causa das consequências da vida e do ingrato amor.

Obrigado por sua atenção,

EUREKA.